Olá seres da protocultura!
Assumo, estou longe de ser
otaKUZÃO do tipo que vai vestido de Kakashi em AnimeFriends, vê todos os 2000
animes da temporada, conhece de cabo a rabo todos os animes da Terra, mas sim,
eu gosto de animes, vejo/vi poucos, mas vira e mexe me meto com algo que me
pareça interessante. Como todo moleque ou até tiozão que teve a infância vivida
desde os anos 80 até metade da primeira década do segundo milênio, cresci influenciado
por ROBOZÕES, seja os megazords de Power Rangers ou os Transformers.
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Um digníssimo cosplay de GUNDÃO |
A maioria deve saber que a casa
de origem desse tipo de obra é o glorioso JABÃO, que tem fetiche com isso desde
que entenderam que pra dar um pau no Godzilla precisaria de um brinquedão com arminhas: os mechas, que foram um baita sucesso nos anos
70 e tornaram estúdios como a Sunrise (Gintama, Cowboy Bebop, Code Geass) o que
são hoje. Pra Sunrise, a parada estourou mais ainda em 1979, quando
criaram o fenômeno chamado Mobile Suit Gundam. Gundam provavelmente é a série
de mechas com mais derivados da história, com anime suficiente pra passar um
ano inteiro vendo, o que até tornou o nome “gundam” sinônimo de “mecha”. Animes
que eram tradicionalmente infantis com profundidade zero, começaram a se tornar
um pouco mais tridimensionais.
Alguns anos antes, em 1974, com
envolvimento de um pequeno Studio Nue, saiu nas TVs japonesas o também clássico
Space Battleship Yamato (conhecido por aqui como Patrulha Estelar). Com forte
influência de Star Trek (ainda sem Star Wars pra também ter um apoio como obra
espacial) e exaltação japonesa (a nave deles era um encouraçado Yamato da
segunda guerra, abatido por americanos) a série foi um grande sucesso,
explorando muito a ideia de viagem espacial proposta em Jornada nas Estrelas. A
existência tanto de Yamato quanto de Gundam são essenciais para Macross (assim
como algumas obras americanas).
Finalmente em 1982, o
mesmo Studio Nue (com apoio da Tatsunoko), resolve fazer sua aposta no grande sucesso dos mechas, com o
anime The Super Dimension Fortress Macross, ou simplesmente Macross (ou até mesmo
Guerra das Galáxias, pra quem acompanhou na Rede Record, CNT ou Gazeta). Criado
por Shōji Kawamori, um
verdadeiro gênio no que envolve design de mechas. A série se iniciava com um
prólogo em 1999, quando acontece o segundo impacto cai uma nave alienígena em
uma ilha na Terra. Com os terrestres interpretando aquilo como um sinal de
perigo envolvendo extraterrestres, o mundo entra em uma dezena de guerras localizadas
em busca de paz (irônico mas nada anormal) para enfim formar o Governo da Terra
Unificada. Esse governo forma a U.N. Spacy, uma agência militar espacial focada
na possível vinda dos alienígenas, grupo que utiliza engenharia reversa para
reconstruir a nave caída e transformá-la numa arma a favor terrestre, a SDF-1
Macross.
A história se inicia pra valer em 2009 quando, no dia
da decolagem da Macross, os tais alienígenas, que armaram a nave para atirar
primeiro, chegam a Terra. No mesmo dia, Hikaru Ichijyo, um piloto civil amigo
do piloto militar Roy Focker veio lhe fazer uma visita. Com a invasão alienígena,
Hikaru acaba se envolvendo na batalha na ilha (essa que, por sinal, se tornou
povoada por causa da Macross). É nessa batalha que finalmente somos
apresentados às VF-1 Valkyries, aviões caça que possuem 3 modos. O primeiro,
obviamente o modo de avião normal, o segundo, um híbrido humanoide (basicamente
um avião com braços e pernas) e, finalmente, o modo ROBOZÃO.
É nessa mesma treta que Hikaru acaba conhecendo a jovem
Lynn Minmay, garçonete de um restaurante chinês pertencente a seus tios. Após
alguns vacilos de Hikaru, ele acaba se vendo obrigado a salvar Minmay e, pela
primeira vez em sua vida, a tirar a vida de alguém. Enquanto isso, o capitão
Bruno J. Global se vê obrigado a sair da Terra para evitar danos ao planeta já
que, aparentemente, o foco dos aliens era a nave. Inicialmente, os
controladores gravitacionais da nave já saem voando e depois, numa tentativa de
fazer uma dobra espacial com a nave com o chamado Sistema Fold (algo bem ao estilo hiperespaço de Star
Wars), ele arrasta não só a Macross como TODA A PORRA A DA ILHA PRA PLUTÃO.
A PORRA
DE UMA ILHA
PRA PLUTÃO.
PLUTÃO.
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Global faz tanta merda nesses primeiros episódios que eu me dava ao direito de chamá-lo de mistura de Seymour Skinner com Belchior. |
Obviamente, quando a ilha toda vai parar na órbita de
Plutão tudo congela e, por algum milagre, o povo sobrevive por estar em abrigos
(arquitetura japonesa é isso aí, amigos). Os humanos são logo resgatados e
mandados todos para dentro da Macross (sim, a Macross é do tamanho de uma
cidade e eu vou exaltar isso pra caramba nesse artigo). Também resgatam dois
navios porta-aviões bem ao estilo Yamato (chamados CVS-101 Prometheus e SLV-111
Daedalus) e acoplam à nave. Após uma ida e vinda rápida, Hikaru e Lynn acabam
perdidos no meio da nave sem ter como fugir ou ir de encontro até o povo. Lá
nasce uma paixão do piloto pela garota, com direito a um casamento de
brincadeira quando já não tinham mais esperanças de sobreviver até que... São
resgatados bem na hora da beijoca (BANDO DE EMPATA FODA). Quando são achados
(tudo graças a um grande destroço que cai na nave), se deparam com UMA CIDADE
dentro da nave. Basicamente em 15 dias o povo lá da ilha reconstruiu a cidade
toda dentro da Macross (olha aí a arquitetura japa fazendo efeito de novo).
Mesmo em Plutão, a Macross continua sob ataque dos
alienígenas e, para piorar a situação, o bagulhete pra fazer o hyperdrive do Han
Solo desapareceu do nada e eles precisam voltar pra Terra, mas sem fast travel
agora. Com esses constantes ataques e com o senso de escravoceta que precisa
proteger Lynn Minmay, Hikaru resolve seguir os passos de seu amigo Roy e se
tornar piloto de Valkyrie. Logo ao entrar, já fica sob comando de Misa Hayase,
a qual já havia até mesmo xingado durante a batalha lá na Terra, logo já fica
bem claro que o santo dos dois não bate muito bem.
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"Carai, a aba do Xvideos" |
Pouco depois é quando realmente o nome do anime se faz
justo. Ok, você pensa: “ah, um anime de mecha, já tem os valkyries já tá ok né?”.
NÃO, NÃO TÁ OK. Sabe essa desgraça de nave, que como falei tem uma fucking
cidade dentro? Então... ELA TAMBÉM É UM MECHA! Cada braço da Macross é um dos
porta-aviões citados antes, cada um com uma porrada de valkyries... É, as proporções
são mais do que over the top. De “pé” a criancinha tem absurdos 1 KM E 200 METROS! Também é legal destacar que, por obviamente
essa parada ser gigantesca, não dá pra gerar inicialmente um escudo completo,
logo existem 3 pequenos escudos que operadoras tem que ficar mudando a todo
instante o posicionamento para proteger de tiros, como pode ser visto ao lado:
Sério, a sensação de ver a Macross dando um puta SOCÃO
nas naves inimigas e estourando elas por dentro é algo completamente moleque e
foda. Sem falar no raio que detona tudo que tá pela frente e outras geringonças
que constroem nela enquanto estão no espaço.
Basicamente, esse é um resumo do plot geral apresentado
nos 36 episódios do anime. Sim, é um anime curto que, desde já, adianto que tem
seus altos (alguns, mais altos que o normal) e seus baixos (inversamente
proporcional, alguns apenas te fazem perguntar a si mesmo se vale a pena
continuar). Um desenho num plano aberto bem simples, que se geralmente exibe a
guerra dos pilotos de valkyries contra as tropas dos Zentradi (a raça dos tais
alienígenas), misturado com dilemas românticos dignos de novela (e assumo, torci
feito vó vendo novela das 9). Mas não é só isso, e agora vou esclarecer e
analisar alguns pontos da série.
Adivinhem quem foram os primeiros a ousar fazer uma
sequência de Macross? Sim, os americanos. E não, por incrível que pareça, nesse
caso não pegaram nenhum anime desconhecido e meteram o nome de Robotech, aqui foi
algo feito por estúdios americanos mesmo.
Finalmente, a primeira sequência oficial de Macross. Lançado em 1994, Macross Plus se trata de um OVA em 4 partes que, no ano seguinte, foi compilado em uma versão mais direta e com cenas extras chamada Macross Plus Movie Edition lançada nos cinemas. A obra tem como destaque alguns nomes envolvidos, para começar com os diretores. A direção fica a cargo novamente de Shoji Kawamori e de ninguém mais ninguém menos, Shinishiro Watanabe. Não reconheceu pelo nome? E Cowboy Bebop, conhece? Samurai Champloo? Por sinal, todo o trio principal de Cowboy se reuniu inicialmente em Macross Plus, já que os roteiros são da Keiko Nobumoto e a trilha sonora da Yoko Kanno. É, acho que isso já é motivo mais do que suficiente pra dar uma chance, não?
Como se não bastasse esse reencontro nada amigável entre os dois, surge em Eden a outra ex-amiga Myiung Fang, essa que agora é empresária da Idol virtual Sharon Apple, essa que funciona em um grande computador com um grande olho vermelho e tem seus shows apresentados com hologramas. O triângulo amoroso envolvendo esses três é apenas um dos elementos da história.
A primeira Idol?
Como é de conhecimento meio amplo, hoje em dia boa
parte dos animes estão enfestados das chamadas Idols, aquelas cartorazinhas ninfetas
que parecem ter 10 anos o que torna discutível o motivo da criação delas. São
personagens que geralmente rendem um lucro do caramba com merchan fazendo muito
bitolado se apaixonar completamente por elas, assim como também dá uma força
para cantoras menos conhecidas a engrenar sua carreira. A real é que isso veio
a ficar bem popular nos anos 2000, e talvez o símbolo mais pop seja a Hatsune
Miku (por favor, evitem pesquisar simplesmente o nome dela no Google perto de
crianças, aviso de agora mesmo), que é uma idol virtual. Mas voltando a
Macross, talvez a primeira idol, ou ao menos a primeira de grande conhecimento,
tenha sido justamente Lynn Minmay. Sim, a simples garçonete acaba se tornando
cantora, assim como atriz (o que gera um dos dilemas de novela mexicana com
Hikaru).
Minmay é dublada pela cantora Mari Iijima (também
chegou a dublar a personagem em uma redub americana de 2006). Tanto a
personagem quanto a cantora se tornaram fenômenos enormes no Japão entre 1982 e
1983, com algumas músicas do anime emplacando nas rádios e o primeiro álbum de
Mari chegando no top 10 de vendas. Ou seja, mais do que uma simples obra de
mechas, Macross estava gravando seu nome na história lançando alguns hits
musicais e relacionando música à animes (algo que se mantém na franquia
inteira). Por sinal, o uso da música tem bem mais importância do que isso, mas
iremos falar disso mais pra frente.
Aí alguns dos hits de Minmay/Iijima:
A protocultura
Finalmente hora de focar no lore da coisa. Obviamente,
o plot que defini lá pra cima, no que envolvia a relação com os Zentradi
parecia bem superficial. Claro, por se tratar de um desenho infantil do início
dos anos 80 poderia ser simplesmente isso, sem nada demais. Mas aí vem a graça
de Macross, há sim uma profundidade nessa relação e é algo realmente foda.
Claro o que vou explicar aqui contém um tanto de spoilers, mas é aquilo, saiu
em 1982 e provavelmente você ainda não viu, talvez o que for discutido aqui te
atraia.
Pra início de conversa, os Zentradi são gigantes. São
bem parecidos conosco, com a maioria tendo uma tonalidade de pele mais
esverdeada e cores varias de cabelo, mas em tamanho, possuem altura similar ao
dos valkyries em modo mecha, tanto é que, suas máquinas de combate (o modelo
mais simples aparentemente inspirou alguns designs de Dragon Ball) são
praticamente armaduras, já que são quase do mesmo tamanho. Para entender o
lore, creio que o melhor seja entender as características da cultura Zentradi.
Os Zentradi são uma raça de guerreiros e, literalmente,
seu foco é apenas a guerra. Sem grande foco em desenvolvimento ou de reparos,
consideram que sua tecnologia já é a mais avançada do universo, logo dá para se
focar apenas em guerrear, destruir e conquistar povos e planetas. Além desse
foco destrutivo, a sociedade Zentradi divide bem homens e mulheres que, apesar
de manterem leves contatos profissionais, evitam ao máximo estarem juntos por
serem dois grupos que se odeiam e estarem no mesmo ambiente é considerado algo
abominável.
O grande foco deles na Macross está pelo fato de
utilizarem uma nave velha que estaria relacionada à protocultura. A protocultura
seria a raça que criou os Zentradi. Provavelmente a primeira raça com
características humanoides, a protocultura avançou muito tecnologicamente e a
sede por colonização espacial (e, consequentemente guerras) aumentou, assim
criando naves de viagem na sub-velocidade da luz. Com alguns anos de expansão
cultural e colonização do espaço, a protocultura criou os Zentradi, seres
semelhantes à protocultura mas com dimensões aumentadas ensinadas desde sempre
a guerrear, sendo usados como armas para as batalhas espaciais. Essas seriam as
informações base que os Zentradi possuíam.
Obviamente, a tal protocultura é claramente semelhante
aos humanos e é esse fato curioso que faz os Zentradi apenas atacar a Macross
mas evitar ao máximo sua destruição por, justamente, ter interesse sobre qual
seria a relação dos passageiros da nave com a protocultura. Ao conseguir fazer
contato com os humanos, chegam a conclusão de que provavelmente se tratava da
raça de seus criadores. Ao mesmo tempo que se acham superiores a eles (até pelo
termo “proto”) também possuem medo do que a protocultura é capaz.
Ao longo da história alguns fatos sobre a relação dos
humanos, protocultura e Zentradi são apresentados, mas o grande destaque está
presente de como o contato dos aliens com a cultura humana se resulta. Nesse
aspecto, a ideia é algo realmente inteligente, mostrando como o choque de
culturas afeta ambos os lados, principalmente os Zentradi. Ver um homem e uma
mulher se beijarem é algo aterrorizante para eles, ao mesmo tempo que aos poucos
são atraídos por isso. A música também se torna um elemento central para esse
choque de culturas, com as canções de Lynn Minmay encantando facilmente os
Zentradi. Essa relação com aliens através de música pode facilmente lembrar o
clássico Contatos Imediatos de Terceiro Grau, lançado alguns anos antes. Ah, os
Zentradis também fazem algo chamado miclones, aonde pegam membros de sua raça e
os transformam em seres do tamanho da protocultura, algo que entra numa questão
social discutida lá pro fim do anime.
Obviamente toda essa relação de choque pode ser posta
em paralelo com a própria humanidade, desde aquela época até os dias de hoje
com as imigrações e refúgios, assim como esse foco bélico também vale para
várias nações que prezam mais pela destruição do que qualquer coisa, seja
ocidental ou oriental. E é nesse aspecto humano que já vou emendar.
Na Terra
Agora um pouco sobre os ocorridos na Terra. Como falei
lá no começo, depois da queda da nave em 1999, os governos iniciaram um
processo de unificação na base do “escreveu não leu o pau comeu”. Muitas
guerras localizadas surgiram, mas em 2009 já estavam todos unidos ao estilo
americano de se impor democracia. É sempre destacado que barreiras xenofóbicas,
racistas e outras preconceituosas já foram resolvidas. Em relação à machismo,
por exemplo, tirando Global que é o grande capitão da nave e alguns outros
militares, praticamente todo o resto dos cargos de alto nível no comando são de
mulheres, com Misa e sua amiga Cláudia (negra, apesar de o traço dela poder ser
considerado meio racista, ironicamente) possuindo cargos de alta patente. Por
sinal toda vez que Hikaru tenta vir com papo de “mulher não manda em mim”
sempre toma uma dura bem dada.
A questão é que as coisas não são tão perfeitas assim e
o Governo Unificado da Terra é extremamente censurador e manipulador. Em vários
momentos o anime exibe bem a frieza do governo para acobertar da população
terrestre toda a ameaça à qual estão envolvidos, com direito a um conselho
governamental bem ao estilo SEELE de Evangelion (só que não tão illuminati).
Toda essa questão de censura é algo que volta a ser trabalhado em Macross II,
que irei explicar mais pra frente no artigo.
Na Macross
Já na Macross, apesar de Global também esconder certos
fatos contra sua vontade da população, é uma sociedade que se relaciona bem
pacificamente (até entrar em contato com os Zentradi, aonde surgem traços
xenofóbicos claros). Eles vivem como se ainda estivessem na velha ilha
terrestre, mas agora sem o contato com o resto da Terra, é como se toda aquela
cidade fosse seu planeta. Claro, é engraçado pra caramba coisas como terem
chafariz, árvores e outras coisas meio estranhas de se ter dentro de uma nave,
mas é uma verdadeira grande família que sempre se reconstrói após os vários
ataques.
Aqui o fator Jornada nas Estrelas entra bem fundo, com
toda uma galera a bordo de uma nave viajando pelo espaço. Ao mesmo tempo que
parecem estar em perigo constante, dentro da Macross as coisas são bem
pacíficas, com direito a novas coisas criadas na própria nave. A Macross tem
sua cultura própria, suas músicas, seus filmes, no tempo em que passam na nave
a população forma uma verdadeira sociedade lá.
A Macross carrega inicialmente 58 mil civis e 20 mil
membros da tribulação, o que é gente pra caramba. A opinião pública sobre os
conflitos com os Zentradi é variada, e é isso que veremos agora.
O militarismo e os pacifistas
Não que o anime seja um Tropa de Elite, mas ele
apresenta umas visões interessantes sobre a guerras e militares/polícia.
Obviamente pelo protagonista ser um piloto militar, obviamente esse tipo de
debate se desenvolve mais a favor dele. Em contraponto a ele, temos o primo de
Lynn Minmay, Lynn Kaifun. Já começa a rixa entre os dois pelo fato de Kaifun ser
próximo até demais de Minmay, se tornando seu empresário. Kaifun é um pacifista
praticamente hippie que prega na mídia ódio pelos militares e que deveriam
tentar resolver a confusão com os aliens pacificamente.
Kaifun é aquele personagem absurdamente chato e
irritante, apesar de o ponto pacifista dele estar certo, tanto é que é
justamente isso que Global busca com os Zentradi. Mais pra frente o primo de
Minmay se mostra bem diferente do prega na imprensa, sendo o clássico “esquerdista
macho escroto” babaca, cusão, que só pensa em dinheiro e que abusa psicologicamente
de Minmay. Talvez um personagem que demonstre certa visão do criador, mas que
também não deixa de representar situações comuns infelizmente.
Apesar desses fatores de Kaifun e o fato dele saber
influenciar a população contra o governo, volto a afirmar que a obra ainda
segue por pontos que ele prega. Apesar de Hikaru ser um piloto de combate e se
idealizar como defensor da humanidade (desenvolvimento que é notável destacar,
considerando que ele nunca cogitou o exército inicialmente por não querer matar),
a verdade é ele mesmo aos poucos se relembra que há vidas do outro lado do
campo de batalha, algo que começa a ser mais explorado na segunda metade do
anime. A obra apresenta boas discussões, com críticas também ao governo e ao
exército, mas também mostrando que ambos os lados têm também pontos que devem
ser levados em conta.
Sobre o anime
Como já dito antes, é um anime até que curto, apenas 36
episódios e poderia ser menos, já que claramente o anime teria um final
espetacular no episódio 27 (um dos melhores episódios que já assisti de séries
em geral, obra prima), sendo os 9 últimos episódios mais encheção de linguiça/novela
mexicana que qualquer coisa que, apesar de ter bons momentos, dava pra ser
resumido em no máximo 3 episódios. No meio também tem alguns momentos
cansativos não tanto pelo roteiro mas sim pela clara falta de verba. No meio
temos um episódio recap e outro utilizando apenas frames de episódios
anteriores. Por sorte, o saldo acaba sendo bem positivo, com os primeiros
episódios sendo ótimos e tudo finalmente chegando ao ápice lá pelo episódio 20
em diante.
A partir da segunda metade, o anime também começa a
ganhar mais profundidade e consequências na segunda metade, com personagens
relevantes morrendo em combate, mostrando que há vidas em jogo no meio das
batalhas.
A animação é meio que a padrão daquela época, traços
simples, não muito bonita mas que, em alguns momentos demonstra toques de
genialidade. Trechos aonde a “câmera” rotaciona já é complicado em animações
2D até hoje, naquela época deveria ser ainda mais complicado, mas conseguem
fazer isso com maestria.
As batalhas são um show à parte. A influência de Star
Wars é completa nesses momentos, com tiroteios absurdos no espaço, grandes
manobras, destroços, modos variados de ataque, e muita luz. E, como falei, os
momentos em que a Macross entra em ação são situações arrasadoras, do tipo que
deixa qualquer um empolgado.
E no Brasil?
É bem complicadinho falar de Macross no Brasil, mas vou
tentar organizar a baderna o melhor possível. Pra começar, o primeiro contato
BR com a série foi com o filme Macross: A Batalha Final. Sim, filme, vou falar
dele daqui a pouco. Lançado por essas bandas em VHS em 1988, passou na Manchete
como minissérie em 5 partes em 1989.
Depois do filme, finalmente a série original saiu em
1990 como Robotech. É, pelo nome genérico aquele fedor de cagada americana tá
batendo forte. Eu já vou explicar de Robotech daqui a pouquinho, porque preciso
de calma. Aqui Robotech foi dublado pela Hebert Richards e se procurar bem acha
com boa qualidade de áudio na internet pois essa dublagem saiu em DVDs do
exterior. Dois anos depois, saiu como Guerra das Galáxias em canais regionais
da Rede Record e um ano depois pela CNT, também sendo dublado pela Hebert, com
mesmo elenco de dublagem quase, mas com um beeem pequenininho diferencial: OS
DUBLADORES FORAM TODOS INVERTIDOS! Aí depois ainda chegou a ser exibida essa
versão pela Gazeta (essa dublagem tem completa no Youtube).
Tá, o que diabos é Robotech?
Ah, finalmente a parte mais avacalhada dessa história.
O projeto de Macross surgiu no fim dos anos 70 com o nome de Battle City Mega
Rodo, e seria produzido junto com a Uizi Corporation, que queria que fosse um
desenho de foco 100% infantil. Por sorte do destino a empresa foi dissolvida, e
a parceria para produzir a série foi feita com a Tatsunoko. A produtora mexeu
na quantidade de episódios, mas no fim das contas saiu tudo bem (apesar de
primeiro mandar encurtar o anime e depois mandar enfiar episódio filler atoa).
O grande problema foi quando a Tatsunoko, se achando a dona da porra toda,
vendeu os direitos da série para a americana Harmony Gold sem autorização do
Studio Nue, o que deu treta judicial de anos. E é com a Harmony Gold que surge
Robotech.
Quando The Super Dimension Fortress Macross saiu, ele
deu origem a DUAS franquias. Uma, obviamente, Macross, a outra foi a Super
Dimension. O nome Super Dimension só foi utilizado para Macross nas obras
envolvendo essa história (ou seja, filme e OVA relacionados) e em Macross II.
Fora de Macross, logo após finalizarem a primeira série, foi lançado Super
Dimension Century Orguss (sem a Tatsunoko) e Super Dimension Calvarly Southern
Cross e é essa última que deu brecha pra Harmony Gold começar com a putaria.
Macross só tem 36 episódios. Como ocorre no Brasil,
geralmente desenhos são exibidos diariamente nos EUA, o que entrava num
problema. 36 episódios se esgotariam em 1 mês e meio, seria muito pouco para a
exibição nas TVs americanas, até mesmo legalmente. Aí entra a jogada de “jênio”,
pegar a Super Dimension Calvarly Southern Cross e colocar como sequência direta
de Macross (lembrando que as duas Super Dimensions citadas nada têm a ver com
Macross cronologicamente) e, como se não bastasse, ainda finalizaram o desenho
utilizando o anime Genesis Climber MOSPEADA. Ou seja, o pensamento foi “ah, é
tudo robô gigante, nem vão notar a diferença”. E realmente não devem ter notado
muito mesmo, até pelas narrações conseguirem amarrar a trama como se fosse tudo
numa mesma cronologia.
Ah, e pra quem acha que foi só isso, Robotech teve
quadrinho derivado da DC Comics, teve um filme que misturava A PRIMEIRA PARTE
do OVA Megazone 23 (mais outra série) com trechos não usados de MOSPEADA (pqp,
que Frankenstein da desgraça). Além disso, até hoje vira e meche a Harmony pega
algum anime desconhecido e lança como Robotech nos EUA, com ela ainda possuindo
direitos sobre Macross até hoje, o que causa enormes discussões judiciais com
os japoneses e americanos proibindo uns aos outros importação e exportação das
novas temporadas, sem falar de sempre melar os planos de uma adaptação live
action.
Como é de se imaginar, vários nomes foram alterados
aqui. Misa Hayase virou Lisa Haynes, Hikaru virou RICK HUNTER, entre outras
aberrações. E claro, quando saiu como Robotech na Globo no Brasil, saiu com
esses nomes e com as bizarrices emendadas. Pra quem quiser ver facilmente, tem inteiro dublado em inglês e legendado em português na Netflix. Depois volto a falar de Robotech.
Você se lembra do amor?
Finalmente, é hora de falar de um dos melhores
materiais de Macross. Em 1984, um ano após o anime ser finalizado, chegou aos
cinemas japoneses Macross: Do You Remember Love?, que tinha como proposta
recontar a história do anime de outra maneira e de forma reduzida. Sim, esse é
o tal Macross: A Batalha Final. Brasil sempre traduzindo títulos com perfeição.
Apesar de não ser um filme tão popular assim, por
muitos é considerado um verdadeiro clássico. Sua animação é algo surreal
considerando orçamento e época em que foi lançado, com um design incrível e
esmero artístico do caralho. Como cheguei a comentar, o anime em alguns
momentos tentava ousar com jogos de “câmera”, e aqui tiveram mais espaço para
deixar o lado artístico fluir. Mesmo sendo uma animação, o filme possui uma “fotografia”
maravilhosa, com alguns enquadramentos marcantes. Por sinal boa parte das imagens e gifs desse artigo são desse filme.
A história do filme é um tanto diferente do anime.
Muitas coisas são mantidas, mas em momentos diferentes ou até mesmo personagens
diferentes. A história já começa com a Macross no espaço tentando voltar pra
Terra e Hikaru já sendo um dos pilotos da tropa, assim como Lynn Minmay já é
uma cantora famosa. Numa batalha envolvendo os pilotos de valkyries e os
Zentradi, no dia de uma apresentação de Minmay, Hikaru salva a sua vida e os
dois acabam perdidos num pedaço da nave (bem semelhante ao começo do anime).
Aqui é tudo meio parecido, com alguns diálogos mantidos e outros fazendo
referências a momentos da série original e, obviamente, o fato dele já ser do
exército e ela já ser famosa faz ter um tanto de diferença (até porque,
claramente, eles já são adultos, diferente da versão original aonde pareciam
simples jovens). Ah, falando em idade, o filme tem bastante violência explícita e nudez, bem diferente do anime.
Todo o triângulo amoroso é contado de forma diferente,
assim como rola uma grande surpresa no meio filme, por ser bem diferente da
versão original. Particularmente acho os dois modos de representar esse fato
muito bons, cada um com seus pontos fortes. Por sinal eu vi o filme primeiro e
acho que teria me surpreendido mais se tivesse visto ao contrário.
Um detalhe interessante é o fato dos Zentradi
conversarem em língua alienígena entre si. Aí vale discutir as duas dublagens
que o filme teve aqui, aonde a da Álamo os alienígenas falam português igual os
outros personagens, enquanto a da Mastersound (mais fácil de achar, disponível
no Youtube) mantém o áudio original nesses trechos (uma pena nessa versão de
Youtube não legendarem os textos em japonês dessas conversas).
Eu recomendo bastante que assistam esse filme. De
preferência depois do anime mas, como posso afirmar que em muitos momentos ele
é meio datado, também não vejo problema em ver apenas o filme (ou até mesmo o
filme pode te atrair a ver o anime). Ah, no cânone, Do You Remember Love é
classificado como se fosse um filme de Segunda Guerra Mundial II, ou seja, o
anime mostra o que realmente aconteceu, enquanto DYRL? é um filme romantizado
sobre a guerra que ocorreu e que as pessoas do futuro assistem.
Ah, além de Do You Remember Love?, também saiu o OVA
chamado Flashback 2012 lançado em 1987, sendo um compilado de meia hora de
video clipes de material que não foram nem pro anime nem pro filme, ou de
apresentações extendidas.
Não vou me estender muito sobre o filme pois terá
review dele no Pipoca Livre. De qualquer maneira, fiquem com esse AMV
maravilhoso com a música Super Riser do DJ de web nanidato (e aproveitem pra admirar essa animação magnífica):
As várias “primeira sequência” de Macross
É estranho, mas Macross teve várias tentativas de
sequência ao longo dos anos e, das três que irei citar nesse artigo (claro,
hoje tem muito mais material, mas deixo isso para futuros artigos), apenas uma é
oficial no cânone. Abaixo vocês verão uma explicação sobre cada uma dessas
três.
Robotech II: Os Sentinelas

Não tem muito o que se falar de Robotech II. O projeto,
iniciado em 1988, tinha como meta ser um desenho de 65 episódios contando a
história 10 anos após o final do anime. A questão é que o projeto foi cancelado,
com apenas 3 episódios sendo produzidos.
A história nesses três episódios
conta sobre uma viagem planejada pelos militares para o planeta dos Robotechs
que estão sendo atacados por uma raça chamada de sentinelas.
Sério, eu mesmo me perco bem
nessa história toda já que, como disse, Robotech enfiou muita lorota na
história e eles parecem nada criativos ao enfiar as palavras “robotech” e “robotecnologia”
em tudo. Por sinal, esses episódios também se passam durante os eventos das
outras duas sagas de Robotech, até por conter personagens da mesma, pra quem
simplesmente só viu Macross se perde bastante.
Como episódios piloto são um
tanto quanto sonolentos e mal animados pra época, só tendo como grande ponto
alto o casamento de dois personagens, algo que assumo que vale a pena ver.
Como foi cancelado, esses três
episódios foram unidos e lançados praticamente como um filme de 1 hora e 15
minutos para VHS e DVD, sendo possível achar em boa qualidade no Youtube com áudio
em inglês e opção de legendas em espanhol, além de ter uma versão dublada em
português na web (com dubladores famosos, mas com uma direção de dublagem
péssima).
Ah, o resto da série acabou sendo
feita em HQs e jogos de RPG de mesa.
Macross II: Lover’s Again
Em 1992 foi ao ar, produzido pela
Big West sem envolvimento do Studio Nue e de Shoji Kawamori, o OVA em 6 partes
Super Dimensional Fortress Macross II: Lover’s Again. Ambientado na Terra, no
ano de 2092, a censura está forte na cidade do Macross. Depois de vários anos
de paz, as tropas terrestres vêm mantendo batalhas com uma nova raça chamada de
Madooks, os quais vem sendo segurados utilizando os vários Macrosses da tropa e
a estratégia de ataque Minmay Attack, no qual envolve tocar as canções de
Minmay para causar distúrbios culturais nos alienígenas, assim como foi no
passado.
O protagonista agora é Hibiki
Kanzaki, um repórter que tem enorme interesse em investigar o que o governo
estaria escondendo da população. Após muita insistência, ele consegue ser
mandado de nave para o campo de batalha, para ajudar na cobertura de como está
sendo a guerra. No meio da batalha, ele acaba adentrando uma das naves dos
Madooks e acaba resgatando uma bela garota que estava deitada lá. Ao retornar,
o governo censura as gravações de Hibiki fazendo aparentar que a Terra está
vencendo a batalha. Ao mesmo tempo ele resolve fazer com que a garota, chamada
Ishtar, receba a cultura humana.
Aos poucos Hibiki vai descobrindo
que Ishtar era uma emulator, basicamente uma cantora militar, que cantava
canções motivadoras para os soldados durante as batalhas, algo que fazia com
que eles se tornassem invulneráveis às canções de Minmay. Os dois acabam se
vendo no meio de uma guerra em que claramente a Terra sairá derrotada, com
Ishtar querendo impedir que seu povo cometa uma atrocidade já que, para ela, a SDF-1 Macross seria a lendária nave Alus, presente na mitologia de seu povo.
O OVA não é ruim, tem seus pontos
fortes, principalmente nisso do governo censurar e maquiar o que está
acontecendo para a população, além de bons personagens como Silvie Ginna, uma
das melhores pilotas de Valkyrie e neta de uma Meltrandi (esqueci de citar
antes, mas esse é o nome dado para mulheres Zentradi, assim como Zentran para
homens). Infelizmente, fica muito no mais do mesmo, com o final da história
sendo bem similar ao da série original. Ainda faltava uma originalidade para a
sequência digna de Macross.
Nos EUA, o OVA saiu como um
grande filme de mais de duas horas, e é versão mais acessível de se achar na
internet (sério, não é nada fácil achar essa bagaça). Ah, e sim, existe também
Macross nos EUA em paralelo com Robotech, mas aí é confusão demais para se
explicar. Lover's Again nunca chegou no Brasil.
Oficialmente, Macross II existe
na série, mas em uma timeline diferente da principal.
Macross Plus
Finalmente, a primeira sequência oficial de Macross. Lançado em 1994, Macross Plus se trata de um OVA em 4 partes que, no ano seguinte, foi compilado em uma versão mais direta e com cenas extras chamada Macross Plus Movie Edition lançada nos cinemas. A obra tem como destaque alguns nomes envolvidos, para começar com os diretores. A direção fica a cargo novamente de Shoji Kawamori e de ninguém mais ninguém menos, Shinishiro Watanabe. Não reconheceu pelo nome? E Cowboy Bebop, conhece? Samurai Champloo? Por sinal, todo o trio principal de Cowboy se reuniu inicialmente em Macross Plus, já que os roteiros são da Keiko Nobumoto e a trilha sonora da Yoko Kanno. É, acho que isso já é motivo mais do que suficiente pra dar uma chance, não?
A história se passa em 2040, no
planeta colônia Eden e na Terra. Tudo se desenvolve ao redor de três
personagens, Isamu, Guld e Myiung Fang. Os três eram amigos de infância mas
aparentemente grave os separou por anos e, justamente nesse momento, o caminho dos
três se cruza novamente. Guld, de descendência Zentradi, trabalha como piloto
de testes de um YF-21, similar ao clássico Valkyrie, mas controlado totalmente
por sensores mentais, algo como se ele se tornasse a máquina. O YF-21 está em
competição com o YF-19 no Projeto Super Nova, que busca um sucessor para o
atual VF-11 Thunderbolt. O grupo responsável pelo YF-19 (esse, no caso, um
avião à moda antiga) acaba contratando Isamu para o posto de piloto.
Como se não bastasse esse reencontro nada amigável entre os dois, surge em Eden a outra ex-amiga Myiung Fang, essa que agora é empresária da Idol virtual Sharon Apple, essa que funciona em um grande computador com um grande olho vermelho e tem seus shows apresentados com hologramas. O triângulo amoroso envolvendo esses três é apenas um dos elementos da história.
Os momentos nas áreas de teste de
naves são claramente inspirados no filme Top Gun, com Isamu sendo uma homenagem
ao Maverick e Guld ao Iceman. A todo momento vemos Guld mostrar seu claro
talento em uma máquina claramente mais evoluída, enquanto Isamu é ousado e
gosta de se mostrar com suas grandes manobras no ar.
Mas mais que um filme de romance
ou de disputa de rivais, Macross Plus vai aonde a série nunca tinha ido,
explorando questão de revolta das máquinas, tudo num roteiro em escala muito
menor do que já havia sido mostrado até então.
Macross Plus tem uma trama
simples, mas extremamente cativante e eficiente. Diferente das tentativas de
sequência anteriores, ele não tenta seguir a fórmula do anime clássico, mas sim
explorar aquele universo de outros modos, assim como demonstrar alguns
elementos clássicos com a tecnologia de uma nova era, como o sistema Fold,
aonde a viagem no hiperespaço ocorre toda em CG.
Como é de se esperar, o filme é
bem dirigido e dinâmico, com ótimas cenas de ação, assim como também possui uma
trilha sonora cativante, seja nas melodias durante o filme, seja nas músicas de
Sharon Apple que, mesmo em um único filme, se demonstra um personagem bem
bacana e de profundidade interessante. Realmente uma obra não tão popular mas
que é gostosa de se assistir e que merece ser vista, principalmente pelos nomes
envolvidos.
Detalhe que Macross Plus foi o
último material da franquia que saiu no Brasil, sendo exibido uma única vez em
1999 no Multishow dividido em 6 partes, dublado em inglês e legendado em
português. Dizem que o CD com a trilha sonora também era fácil de se achar nas lojas lá por 1996, segundo alguns.
Até mais, protocultura
Por hoje já deu. O objetivo aqui
era realmente apresentar pra vocês essa que é uma franquia que merece mais
destaque, mas que muitas vezes é chutada pra debaixo do tapete. Eu poderia
falar das outras sequências, Macross 7, Zero, Frontier, Delta, mas acho que dá
pra deixar isso pra outra hora. Sempre bom escrever pra essa bagaça aqui e... é
isso, flws!